Domingos Tótora, um dos grandes expoentes da arte brasileira contemporânea no mundo, mantém seu endereço principal em Maria da Fé, sua cidade natal e também onde todo o seu trabalho se desenvolveu.

Formado em design pela FAAP, ao regressar para a pequena cidade no sul de Minas Gerais só lhe restava lecionar artes. Mas foi com uma inesperada crise na cultura de batatas, que deixou muita gente da região sem trabalho nos anos 90, que surgiu a grande oportunidade de sua vida.

O então professor, a partir
das técnicas de artesanato que ensinava para seus alunos, transformou a vida da
comunidade com uma pasta preparada com papelão, água e cola branca. Essa pasta,
transformada em objetos decorativos e peças utilitárias, colocou Maria da Fé no
mapa das artes.
Em 1998, Tótora e o grupo de artesãos passaram a fazer
parte de um projeto desenvolvido pela Cooperativa Mariense de Artesanato, com
incentivo do Sebrae, chamado Gente de Fibra.
Isso foi determinante para a profissionalização do
grupo que hoje tem peças em lojas de design e galerias de arte da China, Estados
Unidos e diversos países da Europa, coleciona prêmios importantes, é destaque
na mídia e tem inúmeros desdobramentos.
Tótora hoje é um designer consagrado e respeitado, com um
trabalho próprio desenvolvido paralelamente ao Gente de Fibra. Atualmente
voltado para a cerâmica, Tótora continua fiel aos recursos naturais e às
heranças culturais da região.
Tótora embora conhecido e requisitado em vários lugares
o mundo, continua vivendo em Maria da Fé. Em uma entrevista recente ele disse
que “É muito prazeroso pensar que você pode viver em uma aldeia e ser
universal”.