Também pode-se entender que em Lina Bo Bardi, popular é o procedimento de relacionar as coisas, os materiais e operacionalizar referências culturais; é uma ação de “fazer fazendo” e de invenção plástica sobre as referências. Popular é a digna vitalidade dos espaços e sua singela materialidade, própria para espaços públicos. Moderno é o modo de Lina Bo Bardi tomar a cultura
popular.
Apesar de suas obras mais conhecidas serem o MASP e a Casa de Vidro, o SESC-Pompéia é o mais emblemático e significativo dentro do pensar Lina Bo Bardi. A velha fábrica transformada em um lugar perfeito para atividades de arte, cultura, entretenimento e bem estar restaurou a vitalidade e o porquê daqueles galpões, que
ressurgiram como um espaço público dinâmico.
O sucesso do projeto está justamente na apropriação popular de suas possibilidades espaciais, incorporadas ao cotidiano dos usuários que usam as quadras poliesportivas, a piscina, vêem as exposições, conversam, etc. A expectativa da arquiteta era criar um projeto vivaz, um espaço multifuncional para ser compartilhado e usado por todos, estimulando uma vitalidade urbana popular, moderna.
O projeto de recuperação do Teatro Polytheama, em Jundiaí, reaberto após mais de 20 anos de abandono, chegando a correr risco de desabamento, foi um dos últimos trabalhos de Lina e infelizmente executado apenas parcialmente até os dias de hoje.
Lina morreu em 1992.