Tenho refletido bastante sobre novas formas de se projetar e sobre como nós profissionais da área de projetos interferimos diretamente na relação entre pessoas por meio de construção de espaços e cidades que promovem a interação humana.
Seja no espaço público ou privado existe uma realidade que não pode ser esquecida, a Virtual.
Constantemente pensamos o espaço como indutor de relacionamento humano, porém não devemos ignorar que o relacionamento humano acontece hoje principalmente nas mídias sociais, aplicativos e de novos dispositivos como os smarthphones e as TVs on demand e via streaming.
Como essas novas formas de viver e se comunicar interferem na arquitetura, na concepção dos espaços?
Se por um lado essas novas tecnologias estão cada vez mais presentes em tudo, a arquitetura parece viver um momento de contraposição a esse universo tecnológico e virtual. As grandes tendências apontam para propostas mais humanas e artesanais.
O slow design, ou estilo hygge, o conceito aberto que promove uma maior convivência entre as pessoas de uma mesma casa, a verdadeira obssessão por áreas gourmet… o jeito de viver hoje parece imediatamente oposto ao estilo de vida.
Mas há também tendências menos conflitantes e com inspiração mais conectada ao mundo virtual. Misturando referências da pop art e do universo profeticamente criado por Verner Panton nos anos 60, trazem o industrial, o plástico e o metal em formas futuristas, quase uma releitura do mundo da Família Jetson, criada por William Hanna e Joseph Barbera também nos anos 60.
Um grande expoente dessa linha de design é Karim Rashid, o badalado designer egípcio/canadense, considerado um dos maiores designers da atualidade.
Este cada vez mais veloz processo de transformação de tudo o que está à nossa volta, traz infinitas possibilidades e se ainda não permite apostar em uma ou outra tendência, permite que cada um crie a sua própria, o que é sempre a melhor opção e um grande desafio para nós arquitetos.
Artigo publicado no portal do Jornal de Jundiaí.