Hoje, Dia da Árvore, proponho uma reflexão sobre as áreas verdes em nossas cidades e em nossas casas.
As árvores são fundamentais no meio urbano para amenizar as altas temperaturas, umedecer a atmosfera e reduzir os poluentes, evitar tragédias como as inundações, além de diminuir a poluição sonora e embelezar as cidades.
No Brasil, entre as cidades com mais de um milhão de habitantes, Goiânia (GO) aparece em primeiro lugar, segundo estudo do IBGE em 2010, com quase 90% dos domicílios contemplados por árvores ao seu redor. Na sequência estão Campinas (SP) e Belo Horizonte (MG), com 88,4% e 83%, respectivamente.
Muitas cidades gostam de se autointitularem como “a mais arborizada” ou “a mais verde”, porém poucas são as que têm um inventário de todos os exemplares encontrados em suas ruas ou praças.
Normalmente os bairros mais nobres e valorizados são os mais arborizados. Isso se deve tanto por questões culturais quanto por desatenção dos órgãos públicos para com os bairros mais carentes. A má distribuição das áreas verdes, no entanto, compromete a qualidade de vida da cidade como um todo.
A Organização das Nações Unidas e a Organização Mundial da Saúde, recomendam que cada habitante corresponda a de 12 m² de área verde nas cidades. Uma meta difícil de ser alcançada em mega cidades como São Paulo e até mesmo em cidades menores onde faltam leis que protejam e incentivem o plantio e preservação, além da especulação imobiliária que avança sobre áreas de matas nativas.
As ruas nos bairros também estão cada vez menos arborizadas. A falta de cuidados compromete em grande medida a conservação das árvores no espaço urbano. Sem nenhuma orientação, as pessoas impermeabilizam as calçadas ao redor do tronco, fazem podas e cortes irregulares que geralmente abalam a saúde e comprometem a estrutura das árvores. Há ainda a cultura de que folhas secas são sujeira e que quintal limpo é um quintal todo impermeabilizado.
É fundamental rever nossa relação com o verde em nossas cidades.