No século XX, duas décadas ficaram marcadas pelas profundas transformações sociais e culturais cujos reflexos mudaram completamente o mundo ocidental: os loucos anos 20 e a rebelde década de 60.
Ao fim da Segunda Guerra Mundial, os países europeus destruídos e com estruturas econômicas e sociais profundamente abaladas, se uniram sob as diretrizes do Plano Marshall e da Organização Europeia de Cooperação Econômica para um difícil processo de reconstrução.
Uma das medidas importantes foi a retomada dos acordos da Conferência de Bretton Woods (julho de 1944), que tornaram o dólar o eixo monetário internacional, uma vez que os Estados Unidos possuíam cerca de 80% das reservas de ouro do mundo.
Igualmente traumatizados mas sem terem sido alvo de ataques diretos (com exceção de Pearl Harbor), os norte-americanos aceleraram seu processo de industrialização e, ao término da guerra, gozavam de uma situação invejável.
Mas ao mesmo tempo que avanços científicos e tecnológicos impulsionados pela guerra refletiam na indústria, mudanças culturais e comportamentais também se processavam e nem sempre em sintonia com os “anos dourados”.
Se por um lado Hollywood vendia uma imagem romântica, glamurizada e irreal, a geração pós-guerra ficaria marcada pela incerteza e pelo conflito com os valores que levaram o mundo a uma experiência tão terrível.
Em 1951 o livro O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger, é o start de um movimento que 7 anos mais tarde ficaria conhecido como beatnik ou Geração Beat.
Ainda nos anos 50,  o rock de garagem adicionava elementos do blues e do folk para gerar uma nova música. Nas
Inglaterra de 1952, os artistas Laurence Alloway, Smithson, Richard Hamilton, Eduardo Paolozzi e Reyner Banham criavam o Independent Group, que deu origem à Pop Art.
No design, assim como na arquitetura, a palavra de ordem era Futurismo. O plástico surge como alternativa comercial flexível, barata, prática e colorida. O fiber glass surge como material revolucionário. O aço inox e o alumínio, sobras da indústria bélica já sem mercado, substituem a madeira sob o apelo da resistência e durabilidade. Tudo brilha. Tudo é produzido em série.
Durante a guerra e nos anos imediatos ao seu término, muitos artistas e arquitetos migraram para os E.U.A., em fuga ou buscando melhores oportunidades. E é nos anos 50 que as premiadas criações de artistas como Eero Saarinen e Charles Eanes começam a ser reproduzidas em escala e tornam-se ícones na decoração de interiores. Também nessa década Arne Jacobsen cria as famosas cadeiras Ant, Egg e a Série 7, que se tornou uma das cadeiras de maior sucesso comercial no mundo.
Chegamos então nos anos 60, onde crescem as tensões políticas geradas pela Guerra Fria e a eminência de um novo confronto faz surgir a Contra-Cultura e o Movimento Hippie. A Pop Art se establece nos Estados Unidos e acontece nas mãos de Andy Warhol e Roy Lichtenstein.
Na decoração de interiores vem a influência da pscicodelia, do artesanal, do alternativo e sobretudo de culturas menos afetadas pelo progresso como a indiana, a africana ou mesmo a cultura apache.
É desse período a Panton Chair, do arquiteto e designer Vernon Panton – primeira cadeira de plástico injetado – e a Sacco, a primeira poltrona puffe, criação dos designers Piero Gatti,  Cesare Paolini e Franco Teodoro.

Nas artes plásticas surge a Op Art que influencia a moda através das criações de Mary Quant, Barbara Hulanicki, Paco Rabanne, Pierre Cardin e André Courrèges. Na sua coleção de 1965, Yves Saint Laurent resgata a obra de Mondrian e o torna um ícone pop, influenciando inclusive a arquitetura e o design de interiores.

Tantos excessos e tanta liberdade deu origem também ao Movimento Minimalista, cuja a expressão máxima é o artista plástico Yves Klein, ecoando inclusive na arquitetura onde já havia dado sinais no começo do século através do cubismo e do expressionismo.
Mas isso já é conversa para um outro post.
Texto: Touch Imagem & Conteúdo
Fotos: Pinterest