O novo luxo é o Tempo. Ter tempo para viver, ter tempo para fazer as coisas que se gosta, ter tempo para conviver com quem se ama, ter tempo para cuidar de si próprio… Cuidar do corpo, da alma e da mente.
Ter tempo vai na contramão da cultura workaholic que herdamos dos anos 90, necessária para satisfazer as nossas insatisfazíveis necessidades de consumo. Ter tempo significa trabalhar menos e consumir menos. Consumir menos em quantidade e mais em qualidade.

Ambiente de Marina Linhares na Casa Cor.
Ambiente de Marilia Campos Veiga e Renato Navarro na Casa Cor

A temporada de Casa Cor que começou com as edições de São Paulo e Campinas, confirma as tendências que foram apresentadas também em outras grandes feiras mundiais como o iSaloni, a Maison et Objet, a IMM Cologne e a Design Week de Estocolmo.

O conforto e bem estar aliados a uma atmosfera acolhedora e com muita personalidade são o direcionamento das grandes marcas e também dos designers de interiores, mesclando a modernidade, a tradição e a influência de diversas culturas para esse novo consumidor que cada vez mais quer ficar em casa, seja a casa onde for.
O aconchego do lar é uma das principais propostas frente aos acontecimentos mundiais e na busca por mais qualidade de vida. A personalização ganha destaque e é reflexo de um abrangente ideal de liberdade que inclui o conceito nórdico hyggie, a valorização do silêncio e a busca pelo essencial.


Considerado um dos mais importantes designers da atualidade, o espanhol Jaime Hayon palestrou na Design Week de Estocolmo falando justamente sobre a importância do estilo próprio ao invés de seguir modismos. E marcas como a Bontempo, que visitei recentemente, apostam nessa personalização e exclusividade.


A cor do ano é o verde Greenery que remete à satisfação do desejo crescente de rejuvenescer é revitalizar. O verde sempre foi relacionado à esperança e aos novos começos. Tudo a ver com o momento atual no Brasil e no mundo.
A cor secundária é a Nicoll Blue, criada para o badalado fashion designer australiano, Richard Nicoll (falecido em outubro de 2016). Essa cor remete à desaceleração e a busca pelo conforto, ela foi retomada principalmente na moda como as propostas pela Burberry e da Dior.


Outra tendência é o minimalismo luxuoso. Reflexo da globalização, essa tendência traz produtos com qualidade e valor agregado mesmo em espaços reduzidos – peças e artigos cuidadosamente selecionados, sempre com propósito e significado – como exige a Geração Millennials.
A arquitetura e móveis inteligentes, com tecnologia aplicada e com mobilidade e funcionalidade, caracterizam os desejos dos Nômades Urbanos – uma geração sem raízes e que vive em busca de experiências novas, como deixam claro as criações de Tom Dixon para a Ikea.


Outra tendência forte é a natureza dentro de casa. Lares cada vez mais orgânicos, sustentáveis e com maior relação com a natureza marcam este fim da primeira geração do século XXI, apontando para um futuro onde a busca pelo equilíbrio deve ser o principal fundamento.

 

Fotos: Casa Vogue, Época, Tom Dixon, Bontempo e Burberry