Neil Armstrong: O primeiro homem a pinsar na Lua: 1969
A famosa
Guerra Fria entre os EUA e a antiga URSS, teve seu principal campo de batalha
no espaço, entre 1957 e 1975, em sucessivas batalhas pela supremacia
tecnológica, atingiu seus pontos mais altos quando o primeiro ser vivo atingiu
o espaço (a cadela russa Laika, 1957) e quando o primeiro homem (Yuri Gagarin,
1961) fez um voo orbital. Mas o grande momento mesmo, que entraria para
a história e mudaria completamente o seu curso, foi quando o americano Neil
Armstrong pisou na Lua, em 1969.
The Jetson: Série de Animação: 1962
Para as
gerações posteriores fica difícil imaginar o impacto desse fato sobre todos os
aspectos da vida humana, alavancados é claro por um intenso trabalho de
marketing que também fazia parte da batalha entre os gigantes.
Os avanços
tecnológicos alcançados durante esse período – coincidindo com um momento de
grandes mudanças sociais, de hábitos e de costumes – influenciaram a indústria,
a literatura, o cinema, a alimentação, as artes… e claro, também a moda e a
arquitetura.
Cenário de Star Wars: 1977
E é nesse
contexto que dois grandes criadores, um húngaro e o outro italiano, alcançam o
sucesso em suas respectivas carreiras. O húngaro é um arquiteto futurista. O
italiano é um estilista também futurista, de renome internacional. Ambos haviam
trocado seus países de origem pela França.
Mas o
encontro entre os dois só se daria no final dos anos 70, em Théoule-sur-Mer (cidadezinha
a 10 km de Cannes). O arquiteto húngaro em pleno trabalho de construção de uma
casa nada convencional e o estilista italiano em busca de um imóvel que traduzisse
sua inspiração e poder.
O arquiteto
húngaro é Antti Lovag. O estilista italiano é Pietro Cardin, ou Pierre, como
passou a ser conhecido ao mudar-se para a França e tornar-se um dos estilistas
mais bem sucedidos na história da moda.
A casa que
Lovag estava a construir era exatamente o que Cardin estava a procurar. Negócio
fechado, ambos passaram a trabalhar juntos no projeto que ficou conhecido como “Palais
Bulles”.
Ocupando um
terreno de 8.500 m2, sobre as falésias vermelhas da Côte d’Azur e de frente
para o Mediterrâneo, o Palácio de Bolhas tem 1.200 m2 de área construída em uma
complexa e exótica sucessão de bolhas, como um gigantesco cacho de uvas ou um
amontoado de enormes bolas de argila.
Ao todo são
28 comodos redondos, dos quais 10 são quartos, mais um anfiteatro para 500
pessoas, piscinas e lagos espalhados por um jardim espetacular.
Embora
absolutamente futurista e bem ao estilo de Cardin, a proposta de Lovag muito se
assemelha às cavernas habitadas pelos homens primitivos. Segundo ele, “por
razões econômicas ou falta de soluções técnicas, os seres humanos se limitaram
a cubos cheios de becos sem saída e ângulos que impedem nossa liberdade de
movimentos e quebram nossa harmonia”. Lovag defende a arquitetura como um “jogo
espontâneo, divertido e cheio de surpresas”.

Nas paredes
do Palácio de Bolhas, por motivos óbvios, não há quadros. Para compensar, Pierre
Cardin convocou um exército de artistas plásticos e designers, conferindo a
cada ambiente uma personalidade e nomes próprios. Entre outros, participaram da
decoração: Patrice Breteau, Daniel Jerome Tisserand, François Chauvin e Gerard
Cloarec. Além do próprio Cardin que desenhou a maioria das peças de mobiliário.

Se no
início os vizinhos a chamavam de A Casa dos Loucos, muito se deve as homéricas
festas oferecidas por Cardin, principalmente durante o Festival de Cannes. E
nós podemos imaginar. Mas com o passar do tempo o Palácio ganhou o devido
respeito e, com apenas 35 anos de construção, já foi tombado como monumento do
patrimônio cultural francês. 

#PierreCardin #BubbleHouse #AntiLovag #Futurismo #Arquitetura